quinta-feira, 24 de setembro de 2009

MAURICE E EU NO DIA DO AI-5

No nefando dia 13 de dezembro de 1968, dia em que foi decretado o AI-5, Maurice e eu estávamos no cine Indaiá - também assassinado - a convite do Sr. Francisco Campos, dono da empresa CINEMAS DE SANTOS LTDA., assistindo ao filme "DE PUNHOS CERRADOS" (I Pugni in Tasca), de 1965, direção de Marco Bellocchio. Nessa mesma sessão, que começou à meia noite - estavam dois estudantes, Max e Clóvis, que acabavam de sair da prisão, acusados de fabricar coqueteis "Molotov" no Centro dos Estudantes. Terminado o filme, fomos ao restaurante "Ponderosa", na esquina da Tolentino Filgueiras com Ana Costa, que era o ponto de encontro do pessoal ligado ao Clube de Cinema de Santos, que Maurice coordenava, assim como os alunos da Faculdade de Direito e demais pessoas ligadas à cultura na cidade. A notícia da decretação já se espalhara, já dava para sentir certa apreensão nas pessoas que lá estavam. Era a GRANDE NOITE que se iniciava sem previsão para terminar. Zuenir Ventura descreve o episódio com maestria em "1968 - O ANO QUE NÃO TERMINOU"sobre aquela época terrível.

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