quinta-feira, 5 de agosto de 2010

HECTOR BABENCO SEGUNDO RICARDO PIGLIA

Ricardo Piglia,
escritor, autor, roteirista. Publicou "Respiração Artificial", "Dinheiro Queimado", entre outras obras.
Em 29 de novembro de 1998, na Folha de S. Paulo, escreveu sobre Hector Babenco, de forma objetiva e esclarecedora.
Iniciou fazendo referência a Babenco e a Francis Ford Coppola, que partiram para grandes empreendimentos, correndo o risco de grandes prejuízos. Babenco com "Brincando nos Campos do Senhor" e Coppola com "Apocalipse Now". Ambos foram levados a colapsos, com riscos para a saúde.
Babenco conversou com Piglia sobre o bar, em Mar Del Plata, na Argentina, de nome "Ambos Mundos". Era um ponto de encontro de jovens aspirantes a artistas. Alguns sairam dali para a capital, Paris ou Nova York. Era uma época de mudanças e criatividade em que os jovens sonhavam. Segundo Piglia,Babenco tinha seu projeto artístico pessoal que parecia difícil, mas não impossível, algo que exigia talento, decisão, espírito de sacrifício e também, claro, muita sorte. Babenco, que reúne todas essas qualidades, foi um dos primeiros a transformar essa ilusão em realidade. Aos 18 anos lançou-se ao mundo.
"Tenho a impressão que existe uma relação íntima entre o cinema de Babenco e esses obscuros anos de buscas e incertezas. (...)
Babenco sempre conta a história de um personagem que está no limite, dividido entre dois mundos, à margem da lei, na fronteira da sociedade. Lúcio Flávio, Luis A. Molina(em "O Beijo da Mulher Aranha"), Francis Phelman (em "Ironweed"), Lewis Moon (em "Brincando") são reencarnações de uma figura que reaparece e persiste, com variantes em todos os seus filmes. O heroi não tem lar, é um náufrago que perdeu tudo, um perseguido que tenta escapar (em certo sentido, todos os seus filmes contam uma fuga frustrada).
A história parte de um núcleo em que prevalece a denúncia (dos esquadrões da morte, dos meninos de rua, da discriminação sexual e do terror político, da devastação da natureza, da barbárie da civilização, do mundo dos sem-teto), mas o conflito se localiza na consciência do heroi."
Como dizia Maurice Legeard, que trouxe Babenco a Santos nos anos 70, no SESC, o artista deve dar o testemunho de seu tempo. Babenco nos deixou a melhor impressão possível, principalmente como um cineasta do mundo, como Glauber, que também saltava fronteiras.

terça-feira, 13 de julho de 2010

O APOCALYPSE DE COPPOLA

Luiz Zanin Oricchio, crítico do Estadão, em 3 de janeiro de 1998, definiu, em poucas palavras, a proposta de Francis Ford Coppola - aqui no Brasil quase todos pronunciam erradamente o nome do cineasta - sobre 'APOCALYPSE NOW". Como vivo revendo velhos recortes, achei este em que Oricchio diz:
"(...)a fonte de inspiração é "CORAÇÃO NAS TREVAS", de Joseph Conrad, e a intenção do filme é mostrar o que acontece quando uma nação se contamina pelo horror que ela própria pratica. Esse hino fúnebre de uma América que perde sua alma e razão nas selvas vietnamitas é um dos seus melhores trabalhos".
Depois disso, quantas guerras mais os EUA provocaram? Para Oricchio, "APOCALYPSE" foi o melhor filme realizado sobre o Vietnã.

terça-feira, 6 de julho de 2010

ORKUT

CASO QUEIRAM, VISITEM MEUS ALBUNS NO ORKUT.
LA VOCES ENCONTRARAO VARIAS FOTOS DE GRAVURAS, DESENHOS E CARTAZES DE MINHA AUTORIA.

http://www.orkut.com.br/Main#Home

BUSQUEM POR argemiro "MIRO"

OBRIGADO

MIRO

domingo, 14 de fevereiro de 2010

FATAL

compre moto
compre morte

corra sem razão
morra sem razão

tenha pressa, corra
tenha pressa e morra

o consórcio da morte
vai crescer vinte por cento
(está nos planos de vendas)

os cemitérios dilataram
os hospitais se ampliaram

devido à insana pressa
de se chegar ao IML

um imbecil vira rei
na moto ou no carro
é o esperto, é o melhor,
o filhinho mimado

o trânsito polui e mata,
entope e trava as ruas,
estradas e mentes

a imprensa noticia
que três milhões de veículos novos
rodaram em 2009

só não disse quantos
ficaram pelo percurso
sem terminar a viagem

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009