domingo, 14 de fevereiro de 2010

FATAL

compre moto
compre morte

corra sem razão
morra sem razão

tenha pressa, corra
tenha pressa e morra

o consórcio da morte
vai crescer vinte por cento
(está nos planos de vendas)

os cemitérios dilataram
os hospitais se ampliaram

devido à insana pressa
de se chegar ao IML

um imbecil vira rei
na moto ou no carro
é o esperto, é o melhor,
o filhinho mimado

o trânsito polui e mata,
entope e trava as ruas,
estradas e mentes

a imprensa noticia
que três milhões de veículos novos
rodaram em 2009

só não disse quantos
ficaram pelo percurso
sem terminar a viagem

3 comentários:

  1. Meu caro poeta, amigo e parceiro de idéias, nestas trovas eu não vou, não, porque sou velho motociclista, mas ando com os pés no chão.
    Se com minhas pernas eu a circundo, cachaça eu não vi, não. Ando sempre atento, um olho nas gentes e outro olho no chão.
    Meus cabelos já branquearam e eu continuo bem são.
    Se nas motos existe perigo, ele está na falta de juízo.

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  2. Legal essa poesia. Sei que fala da realidade, mas é meio tétrica. Podia escrever algo menos crítico e mais singelo. Isso faz bem pra alma e pro cotidiano.

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  3. desejo mais textos mais ilustrações tuas, Miro.

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